Quadrilha que atua no tráfico de pessoas e lavagem de capitais é alvo da operação Rapax, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (26). Ao todo são cumpridos seis mandados de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás e Paraná. A ação contou com apoio da Europol e das policiais da Croácia e Bélgica.
Durante a investigação, foi apontado que a organização criminosa atua no Brasil e em países europeus como a Croácia e a Bélgica. O grupo agencia, alicia e recruta brasileiras para serem exploradas sexualmente e para trabalhos forçados naquele continente.
Em Mato Grosso do Sul foi cumprido um mandado de busca e apreensão em empresa de contabilidade, na cidade de Paranaíba, a 408 quilômetros de Campo Grande. O alvo foi apontado como um possível lavador do dinheiro da organização. No local foram apreendidos dois computadores e o celular do homem, que não teve a identidade divulgada.
Além dos mandados de busca, hoje foi cumprido um mandado de prisão preventiva e ordem judicial de bloqueio de valores e de carteiras de criptomoedas que podem totalizar até R$ 26 milhões. Houve, ainda, imposição de medidas cautelares aos investigados.
A PF apontou que o grupo também atua com fraudes financeiras, laranjas e empresas de fachada para a lavagem dos valores arrecadados com o tráfico dessas mulheres. As investigações continuam para analisar todo o material apreendido – armas, relógios, dinheiro e armas.
A Bélgica, por exemplo, é considerada referência em legislação que protege as profissionais do sexo, inclusive, descriminalizou esse tipo de serviço. Por isso parece atrativa para cerca de 25 mil trabalhadores do sexo no país.
Em abril deste ano, reportagem do Metrópoles denunciou o tráfico de mulheres para Bruxelas, “alimentada por agências brasileiras que captam garotas, entre 18 e 25 anos, dispostas a vender o corpo em troca de polpudos cachês. Os aliciadores garimpam modelos ao redor do país publicando anúncios em grupos restritos de WhatsApp” .
A promessa, segundo a denúncia de uma das mulheres tratadas como escravas, era de receber 14 mil euros ao mês para atender apenas executivos de alto padrão. Porém, elas tinham o passaporte retido, atendiam a todo tipo de gente e às vezes ficam devendo à cafetina, que é uma ex-garota de programa nascida e criada em Planaltina (DF) e radicada na Bélgica há pelo menos quatro anos.
“Em uma das vezes, um albanês tentou me estrangular, após ele ejacular em três minutos de relação e ordenar que eu devolvesse o dinheiro que havia sido pago por uma hora de programa”, contou a vítima ao Metrópoles em abril de 2024..
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